domingo, 15 de junho de 2008

Reportagem - Esporte


Alimentados pela paixão brasileira, os jovens sonham com um futuro promissor no futebol


Quando meninos, os sonhos são infinitos, mas há um sempre presente: ser jogador de futebol. Na maioria dos casos, o amor pelo esporte começa graças aos pais. Alimentados pela paixão brasileira, eles incentivam e investem em escolinhas de associações desportivas públicas ou privadas, enfim, fazem de tudo para o sucesso dos filhos.

Com verdadeira idolatria, o jovem André Luiz traça os caminhos percorridos por seu pai. Com 15 anos, já integrou a seleção de base de um tradicional time da capital Goiana e, hoje, joga num time evangélico, Atletas de Jesus.

“Meu pai sempre me deu a maior força para continuar, quando desanimo, ele e minha mãe me ajudam.”

Com feição emocionada, afirma que seu pai partilhou do mesmo sonho, mas sem o apoio dos pais – os avós de André Luiz – desistiu e, atualmente, como taxista sustenta mulher e três filhos.

“Meus avós forçaram meu pai a trabalhar na roça.”

Outra tendência, percebida, é a dos pais quererem para seus descendentes aquilo que sempre sonharam para si e não conseguiram. Realidade caracterizada, principalmente, por uma cobrança extremada e forçada.

As peneiras

As seleções, mais conhecidas como peneiras, são um pesadelo; martírio aos jovens. A respeito disso, André Luiz acrescenta.

“Meu pai chegou a participar de peneiras aqui em Goiás, mas não conseguir passar.”

Grandes consagrados jogadores, como Cafu, capitão do pentacampeonato da seleção Brasileira de 2002, foi vítima do teste iniciativo.

Segundo
artigo publicado na internet, nas peneiras “os garotos são forçados a jogar muito futebol, se esquecendo da diversão que é uma partida de futebol.”

Convidado por amigos, André Luiz participou somente uma única vez foi reprovado.

“Não passei no peneirão aqui de Aparecida, um amigo meu conseguiu.”

Desistindo do sonho

Morador da mesma cidade e amigo de André Luiz, Emerson César Filho, 16 anos, inspirado pelo comum desejo até tentou, mas deixou o sonho de lado e encara a realidade com muito esforço e estudo, pretende prestar o vestibular.

“Não tenho a potência requerida pelos grandes times de futebol.”

André Luiz, apelidado pelos amigos de Pelé devido sua semelhança física, e Emerson César, sempre jogaram juntos em um campo de terra batida no Setor Araguaia, em Aparecida de Goiânia.

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