quarta-feira, 25 de junho de 2008

Resenha - Padrões de manipulação na grande imprensa

Jornalista e sociólogo, Perseu Abramo (1929-96) esboça em sua obra a caracterização dos interesses políticos e ideológicos acobertados pelo material jornalístico. Ele demonstra, também, o modo manipulativo dos meios de comunicação em expressar a “realidade” dos fatos.


O autor de “Padrões de manipulação na grande imprensa” é potencializado por sua extensa experiência no campo da comunicação social. Foi docente, por 15 anos, do curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); da Universidade de Brasília (UNB) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fora do meio acadêmico, atuou como jornalista na redação de O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal Movimento e do Jornal dos trabalhadores, do Partido dos trabalhadores (PT).

Como professor, Perseu Abramo, desenvolveu inúmeras disciplinas, desde as mais teóricas às totalmente técnicas, como realização de projetos experimentais. Orientou um grande e incerto número de projetos de iniciação científica e a produção de jornais laboratórios.

Ele começou a desenvolver uma pesquisa sobre a manipulação da informação e a distorção da realidade na imprensa, mas não chegou a concluir. O resultado desta iniciativa foram textos e relatórios preliminares de relevante conteúdo, indiscutíveis nos chamados critérios científicos e ainda de profunda atualidade.

Pondo de lado sua experiência jornalística, entretanto não deixando-a totalmente excluída, como sociólogo, Perseu Abramo, era um profundo conhecedor das técnicas da pesquisa científica, – tanto que coordenou projetos nesse mesmo ramo – as metodologias e como deveria ser organizado o material coletado.

E talvez o mais importante, tinha sã consciência de que a atividade jornalística só pode ser compreendida e analisada como categoria política, como instrumento de propagação ideológica de grupos, setores e classes sociais.

A ciência de comparar a organização jornalística a um partido político é, simplesmente, admirável. Analogia mais enriquecida devido à participação de Perseu Abramo no meio político. Ele participou ativamente da greve da categoria jornalística em 1979, quando editor da Folha, foi demitido e acompanhou ceticamente o nascimento e a implantação do Projeto Folha.

Ao retratar a inversão da forma pelo conteúdo, Perseu Abramo sintetiza-o numa operação de sintonia fina, os problemas abafados pela mídia de mercado são ignorados pelas escolas afundadas nas teorias que se preocupam com a aparência, da imagem e do signo.Tal distorção consome os veículos de comunicação diariamente, de maneira perceptível outras nem tanto.

Dados técnicos

Título: Padrões de manipulação na grande imprensa
Editora: Fundação Perseu Abramo
Autor: Perseu Abramo
Prefácio: Hamilton Octavio Souza
ISBN: 8586469750
Páginas: 64
Ano: 2003
Edição:
Idioma: Português
Peso: 100 gramas
Preço: R$ 13,00

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Acredite no potencial alheio - Reflexão

Ergueis a cabeça e digas nunca ter prejulgado alguém por sua aparência, raça, credo, estilo e etc.. A grande vantagem de sermos seres humanos, passíveis de atitudes errôneas, é a recapitulação e aprendizagem, nada pode passar por nós sem ser filtrado. As avaliações pessoais devem ser realizadas com constância, só assim constataremos o quanto evoluímos ou não.

O preconceito, tanto o pejorativo quanto o não, deve ser peitado como um desafio a ser encarado frente a frente, não basta somente à negação, a atitude é necessária. Não permita a permanência dos obstáculos no seu caminhar, adote o arquétipo do guerreiro e vença.

É fundamental acreditar em si, ser confiante, mas nunca, - repito – nunca duvide do potencial alheio. Por mais deteriorante que seus trejeitos possam aparentar. Não acredite nas ilustradas embalagens, saiba apreciar a essência.

Essa dica vale para todos nós, simples e míseros mortais. E se não optar pela conscientização e aprendizado precoce, não se aquente, a vida lhe dará lições inesquecíveis. Pensem nisso.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Segundo dia da 11º Semana da Comunicação

Teatro humorado e conferência de Adriana Lima marcam a noite de terça

Goiânia – Seguindo o cronograma, a Faculdade Sul-Americana realizou nesta terça-feira (17), em seu anfiteatro, às 19h40, o segundo dia da 11º Semana da Comunicação, com o tema Comunicação Integrada: Novas Tendências de Mercado.

Anterior a apresentação de Adriana Lima, gerente de Marketing e Comunicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás, o público foi surpreendido com uma apresentação teatral. Com humor os atores proporcionaram risos e muita interação.

Na Conferência de Abertura, a jornalista Adriana Lima reportou todo o trabalho feito por sua equipe à frente da gerencia de Comunicação do SEBRAE. Ressaltou, também, a presença do órgão, da qual é funcionária, em todos os estados Brasileiros.

“Estamos em todo o Brasil, com 520 postos de atendimento.”

Durante sua apresentação, ela revelou a importância das micro e pequenas empresas, que segundo afirmação, são o pilar da economia brasileira e disse da principal meta do SEBRAE.

“Nossa missão é disponibilizar informações que estimulem o empreendedorismo.”

Ao intensificar as relações comunicacionais internas e externas do SEBRAE, Adriana Lima e sua equipe foram premiadas com o Prêmio Aberje 2006, pelo trabalho realizado no Jornal Mural, intitulado “Dedo de Prosa” e por sua intranet.

A gerente de Marketing e Comunicação finalizou sua palestra enaltecendo o trabalho em conjunto e deixou aos presentes uma mensagem de incentivo.

“Quem tem conhecimento vai para frente.”

Depois de encerrada a Conferência, Adriana Lima respondeu a perguntas feitas por acadêmicos e convidados.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Aberta a 11º Semana de Comunicação da FASAM

Profissionais de destaque no mercado e empresários vitrines recebem o troféu Vitrine


A Faculdade Sul-Americana deu início nesta última segunda-feira (16), em seu anfiteatro, a 11º Semana da Comunicação. A edição, que terá cinco dias de duração, aborda a Comunicação Integrada: Novas Tendências de Mercado.

Para participar da programação, os acadêmicos e interessados pagaram uma taxa de R$ 15,00 e receberam um kit com camiseta, material informativo do SEBRAE, caneta e crachá. Ao término, somada pelo menos 75% de presença, os alunos receberão certificados e cerca de 20h complementares.

Abertura

O nervosismo era claro no rosto dos organizadores, ao fundo o público visualizava um vídeo de Oswaldo Montenegro e aguardava com expectativa o início do evento. Exatamente às 19h50 surgem os primeiros sons diante o microfone.

A noite foi um grande separador de águas para a Fasam, primeira a implantar uma agência integrada no Centro-Oeste - Vitrine. O projeto experimental é coordenado por Alencar Oliveira. Houve, também, o lançamento do Jornal Laboratório, o Entreletras, escrito e diagramado por alunos do quinto período e editado pelos do sexto.

Além dos dois lançamentos, profissionais do mercado e empresários vitrines receberam o troféu Vitrine. Os homenageados foram: Handerson Pancierri, Editor-Chefe do Jornal Anhanguera 1ª Edição; Alessandro Issi, vencedor do prêmio Aberje Brasil 2006 pela revitalização do jornal mural “Dedo e Prosa”; Carlos A. Jordão, publicitário com mais de 30 anos de experiência e Lourival Louza Jr., que agradeceu e ressaltou o potencial dos projetos dirigidos pela instituição.

Mas antes de toda a premiação, a coordenadora do curso de Comunicação Social, Professora Márcia Brisolla, em tom eufórico destacou o trabalho em conjunto das três habilitações (jornalismo, publicidade e propaganda e relações públicas) e parabeniza o apoio.

“Agradeço a diretoria por acreditar no sucesso da Comunicação Social.”

O show

Finalizando a programação de abertura, Os Smurfs subiram no palco e levaram os presentes a uma verdadeira volta ao passado. Cantando sucessos dos anos 80, a banda de cinco integrantes, entre eles uma mulher, chama atenção seu fundo animado com desenhos, programas, objetos e etc. de época.

domingo, 15 de junho de 2008

Reportagem - Esporte


Alimentados pela paixão brasileira, os jovens sonham com um futuro promissor no futebol


Quando meninos, os sonhos são infinitos, mas há um sempre presente: ser jogador de futebol. Na maioria dos casos, o amor pelo esporte começa graças aos pais. Alimentados pela paixão brasileira, eles incentivam e investem em escolinhas de associações desportivas públicas ou privadas, enfim, fazem de tudo para o sucesso dos filhos.

Com verdadeira idolatria, o jovem André Luiz traça os caminhos percorridos por seu pai. Com 15 anos, já integrou a seleção de base de um tradicional time da capital Goiana e, hoje, joga num time evangélico, Atletas de Jesus.

“Meu pai sempre me deu a maior força para continuar, quando desanimo, ele e minha mãe me ajudam.”

Com feição emocionada, afirma que seu pai partilhou do mesmo sonho, mas sem o apoio dos pais – os avós de André Luiz – desistiu e, atualmente, como taxista sustenta mulher e três filhos.

“Meus avós forçaram meu pai a trabalhar na roça.”

Outra tendência, percebida, é a dos pais quererem para seus descendentes aquilo que sempre sonharam para si e não conseguiram. Realidade caracterizada, principalmente, por uma cobrança extremada e forçada.

As peneiras

As seleções, mais conhecidas como peneiras, são um pesadelo; martírio aos jovens. A respeito disso, André Luiz acrescenta.

“Meu pai chegou a participar de peneiras aqui em Goiás, mas não conseguir passar.”

Grandes consagrados jogadores, como Cafu, capitão do pentacampeonato da seleção Brasileira de 2002, foi vítima do teste iniciativo.

Segundo
artigo publicado na internet, nas peneiras “os garotos são forçados a jogar muito futebol, se esquecendo da diversão que é uma partida de futebol.”

Convidado por amigos, André Luiz participou somente uma única vez foi reprovado.

“Não passei no peneirão aqui de Aparecida, um amigo meu conseguiu.”

Desistindo do sonho

Morador da mesma cidade e amigo de André Luiz, Emerson César Filho, 16 anos, inspirado pelo comum desejo até tentou, mas deixou o sonho de lado e encara a realidade com muito esforço e estudo, pretende prestar o vestibular.

“Não tenho a potência requerida pelos grandes times de futebol.”

André Luiz, apelidado pelos amigos de Pelé devido sua semelhança física, e Emerson César, sempre jogaram juntos em um campo de terra batida no Setor Araguaia, em Aparecida de Goiânia.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Resenha do Filme “Mera Coincidência”

Uma lição de ceticismo, “Mera Coincidência” transparece a relação entre as assessorias de comunicação e a imprensa. Com diálogos soltos e corridos, o filme é baseado na estória do presidente dos Estados Unidos (Michael Belson), envolvido em um escândalo sexual às vésperas da reeleição. Ambientado no tênue e escuro meio de convergência (sala de reunião), planos inimagináveis são elaborados.

Com Barry Levinson na direção do longa metragem, Mera Coincidência obteve baixa arrecadação em seus primeiros dias de exibição, é um filme que se beneficiou das circunstâncias de lançamento, já que há proximidade com fatos verídicos – escândalos sexuais envolvendo o presidente Bill Clinton com sua secretária, Mônica Lewinski, e também a ação militar contra o Iraque.

Wag the dog, titulação original, foi gravado em apenas 29 dias e pode ser compreendido pela relação frágil entre os fatos reais e os publicados pela mídia, que às vezes não apresentam semelhança.

Durante seus 93 minutos de filmagem, os profissionais da assessoria do presidente e os contratados por eles, destaque ao cineasta Motss (Dustin Hoffman), criam uma guerra ireal contra a Albânia. De início tudo corre bem, cenas de fictícias de um confronto são forjados e até canções de incentivo apelando à democracia, liberdade, o sonho americano, espírito americano, vida e felicidade são construídas, tudo isso com um fim: pautar positivamente a imprensa e abafar os pontos negativos.

Nas credenciais de Dustin Hoffman estão sete indicações ao Oscar de melhor ator, por: 'A Primeira Noite de um Homem”(1967), “Perdidos na Noite”(1969), “Lenny”(1974), “Kramer Versus Kramer”(1979), “Tootsie”(1982), “Rain Man”(1988) e “Mera Coincidência”(1997). Ganhou por “Kramer Versus Kramer” e “Rain Man”.

Fazem parte também cinco indicações ao Globo de Ouro de melhor ator - Drama, por 'Perdidos na Noite' (1969), 'Lenny' (1974),, 'Maratona da Morte' (1976), 'Kramer Versus Kramer' (1979) e 'Rain Man' (1988). Venceu por 'Kramer Versus Kramer' e 'Rain Man'. 5 indicações ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical, por 'A Primeira Noite de um Homem' (1967), 'John e Mary' (1969), 'Tootsie' (1982), 'Hook - A Volta do Capitão Gancho' (1991) e 'Mera Coincidência” (1997), venceu por “Tootsie” e várias outras premiações.

Outro participante de Mera Coincidência é o ator Robert De Niro. Inicialmente estreou atrás das câmeras, com o filme Desafio no Brons (1993). E foi também nos anos 90 que conseguiu deixar os papéis dramáticos e encarar as comédias, mas sempre com a imagem de durão, vide Entrando Numa Fria e A Máfia no Divã. Foi como o leão covarde de o Mágico de Oz que ele subiu pela primeira vez ao palco, ainda na escola.

Sem poupar esforços, seu primeiro Oscar fou em 1974, como coadjuvante por O Poderoso Chefão 2, onde ele só falava oito palavras em inglês. Em 1980, foi a vez do Oscar de Melhor Ator por Touro Indomável. E teve mais quatro indicações: Táxi Driver, Cabo do Medo, O Franco-Atirador e Tempo de Despertar.

Ficha Técnica

Título Original: Wag the Dog
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1997
Site Oficial:
www.wag-the-dog.com
Estúdio: New Line Cinema / Tribeca Productions / Baltimore Pictures / Punch Productions
Distribuição: New Line Cinema
Direção:
Barry Levinson
Roteiro: Hilary Henkin e David Mamet, baseado em livro de Larry Beinhart
Produção: Robert De Niro, Barry Levinson e Jane Rosenthal
Música: Mark Knoffler
Direção de Fotografia: Robert Richardson
Desenho de Produção: Wynn Thomas
Direção de Arte: Mark Worthington
Figurino: Rita Ryack
Edição: Stu Linder

domingo, 8 de junho de 2008

Jornalismo Opinativo - Capítulo 1

Natureza do jornalismo

- Jornalismo se nutre do efêmero, do provisório, do circunstancial, por isso exige do cientista maior argúcia na observação e melhor instrumentação metodológica para que não caia nas malhas do transitório.

- Esboço do pesquisador polonês Mieczyslaw Hafel: natureza mutável, não definitiva, dos conceitos, categorias e esquemas empregados no estudo científico do jornalismo.

- Na Europa o estudo do jornalismo está enraizado nas manifestações típicas da comunicação impressa por determinações históricas. “Afinal de contas, a imprensa foi o único canal de expressão jornalística durante os séculos XVII, XVIII e XIX.

- Dantos Jobim – fidelidade ao “espírito do jornalismo” entendo-o como “necessidade social” que assume o caráter de “informação” cujos “atributos essenciais” são aqueles apontados pó Jacques Kayser: “universalidade e instantaneidade”. Assim, a essência do jornalismo está no fluxo de informações da atualidade que ocorre nas páginas dos jornais (e implicitamente também nos espaços dos outros media).

- Celso Kelly – “o jornalismo comporta as antigas e novas modalidades do jornalismo escrito e impresso; as recentes modalidades de jornalismo falado, mediante emissões radiofônicas e de tevê; o jornalismo cinematográfico, pela projeção de imagem, tomada ao acontecimento; jornalismo pessoal e de grupo, na variações das relações públicas; o jornalismo comercial, segunda a técnica publicitária.” (pág. 15)

- Confusão entre o jornalismo e os canais através de que essa atividade da comunicação coletiva se manifesta. O jornalismo articula-se necessariamente com os veículos que tornam públicas suas mensagem, sem que isso signifique dizer que todas as mensagens ali contidas são de natureza jornalística.

- O jornalismo, diferente dos outros ramos da comunicação social, atém-se ao real, exercendo um papel de orientação racional.

- Otto Groth – Abandonou a identificação do conteúdo ou da forma e deixou de lado também a preocupação com a linha editorial. Sua atenção ficou concentrada na “essência” do “processo cultural-social” que caracteriza a produção dos jornais e das revistas. A chave para apreender a identidade de seu objeto ele a encontrou na conjugação das quatro características erigidas como parâmetros da “totalidade jornalística”: periodicidade, universalidade, atualidade e difusão.

“... o jornalismo é concebido como um processo social que se articula a partir da relação (periódica/oportuna) entre organizações formais (editoras/emissoras) e coletividades (públicos receptores), através de cais de difusão (jornal/revista/rádio/televisão/cinema) que asseguram a transmissão de informações (atuais) em função de interesses e expectativas (universos culturais ou ideológicos).”(pág. 17) – trata-se portanto de um processo contínuo, ágil, veloz determinado pela atualidade.

- Atualidade, credibilidade e abrangência.

- Complexidade do processo jornalístico: a atualidade depende da velocidade com que o canal atua – difusão e também da capacidade da instituição jornalística em captar e reproduzir os fatos – periodicidade – que não se faz sem uma sintonia com os desejos e as reações coletivas – universalidade.